A História do Striptease

 

Segundo Jessica Glasscok, estudiosa no assunto , em 1917 no National Winter Garden - EUA aconteciam apresentações artísticas com piadas, dançarinas sensuais e apresentação de monólogos.

Em dado momento, a comediante Mae Dix despretensiosamente tirou o gola de seu vestido. O gesto feito no palco acabou deixando os homens do local em alvoroço. Percebendo a calorosa reação da platéia, Mae retirou os punhos de sua roupa e começou a abrir os botões de seu vestido.

Aquele simples gesto acabou resultando na invenção de uma das mais populares e polêmicas performances do entretenimento: o strip-tease. Os donos do estabelecimento, aproveitaram do momento para estabelecer uma apresentação regular onde Mae, viria a “despir-se provocando”.

No entanto, a invenção norte-americana foi criada pouco antes de um século marcado pela moralidade e a punição jurídica aos chamados “atos libidinosos”. De fato, desde os finais do século XIX, o chamado teatro burlesco era uma atração popular repleta de brincadeiras de fundo malicioso e provocador. Para não infringirem explicitamente os costumes e leis da época, os diretores artísticos destas apresentações apelavam para a “reprodução fiel” de encenações do teatro greco-romano para justificar as peças minúsculas das dançarinas.

No continente europeu, os rígidos padrões morais também foram empecilhos para que o strip-tease se popularizasse. No século XIX os rígidos padrões morais da Era Vitoriana eram suficientemente fortes para fiscalizar os trajes que uma atriz poderia usar em cena. A primeira a extrapolar esses padrões foi a companhia teatral britânica de Lydia Thompson. Em seu espetáculo, dançarinas utilizavam roupas colantes em tons que criavam a ilusão de nudez.

Nesse mesmo período, apareceram as chamadas “dançarinas de saia” que embalavam platéias com apresentações de cancã e as famosas dançarinas orientais utilizavam espetáculos inspirados em movimentos de dança considerados exóticos aos olhos ocidentais. Outra apresentação bastante popularizada foi a dança do ventre, que deslocava as motivações culturais do espetáculo árabe para o interesse das platéias masculinas.

No teatro burlesco, a ação desinteressada de Mae acabou ganhando contornos ainda mais criativos e teatrais. O strip-tease não se limitava a simples e objetiva exposição do corpo feminino. Era necessário, contar com uma tríade de elementos onde divertimento, provocação e exibição se confundiam em uma apresentação carregada de um distanciamento do público.

A criatividade imbuída nesses quadros parece mesmo confirmar a perspectiva de Glassock. Algumas dançarinas subiam ao palco com o corpo coberto por pássaros adestrados que voavam durante o espetáculo. Outras se cobriam com balões que deveriam ser estourados um a um. O auge dessas apresentações nos EUA acabou incitando, mais uma vez, a criação de uma lei contra esse tipo de apresentação imprópria.

Somente no final da década de 1950 e com a revolução sexual da década de 1960, que observamos o reavivamento dos shows de strip-tease. Uma das mais conhecidas dessa época foi Bettie Page, considerada um ícone das chamadas “pin-ups”. As pin-ups hoje representam um “revival” das conquistas femininas contra os padrões morais que regeram por muito tempo o comportamento da sociedade contemporânea.

Fonte:

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